segunda-feira, 2 de março de 2009

Publicidade, venda de Comportamentos





INTRODUÇÃO À CIÊNCIA

Manipulação! Para a maioria das pessoas, a publicidade está em total, sintetizada nesta forte palavra, algo absolutamente crível, aqui diremos, necessário, para o entendimento deste paradoxal e fascinante mundo da Comunicação Mercadológica.
Podemos sintetizar a publicidade como a linguagem da sedução de mercado, seu principal objetivo é o de contribuir através de uma idéia para a capitalização de um produto ou serviço, entretanto esta síntese, jamais deixa comprometer um de seus principais objetivos; Informar, coletando e transmitindo fatos para que sejam argumentados da forma mais persuasiva e condutora de futuras ações de consumo e ocasionalmente sociais.

A publicidade está no entremeio da linguagem jornalística ao relatar fatos para vender um produto, que pode ser, tangível ou não. Por outro lado, longe da ótica concreta e palpável, a publicidade perpassa o mundo factual, transcrevendo a linguagem social ao argumentar os verdadeiros anseios que a trouxeram. Tendo em vista que todo argumento é pressuposto de manipulação, sua técnica fortalece o discurso de que, todos os fatos são mutáveis ao serem argumentados, quebrando estigmas conceituados há longos anos por estudiosos da Antropologia, da Cultura e do Comportamento Humano.

A publicidade analisada “in lócus” aparenta ser o espelho da contemporaneidade, ela aspira o avanço das possibilidades influenciadoras do comportamento humano, destruindo as barreiras da verdade absoluta, no entanto, em atitudes positivas, umas mais que as outras, seculares como: Aristóteles, Arquimedes, Constantino, Nostradamos, Napoleão Bonaparte, Maquiavel, Adolf Hitler, dentre outros “grandes” líderes e influenciadores sociais, já se utilizavam da técnica da comunicação persuasiva para dirigir suas respectivas gerações, iniciando assim uma coletividade social armada e unida num discurso ideológico de quem a conduzia.

A linguagem publicitária, em sua forma mais generalista, já está presente em quase toda parte e cantos do mundo. Uma recente pesquisa realizada em 2006, por uma conceituada Universidade Americana replica que analisados população por espaço “a cada 35 Km quadrados há uma forma de publicidade-propaganda comercial ou ao menos ideológica”. Realmente este dado é algo extremamente espantoso, aja vista que, regiões até então ditas não sociáveis, ou - “civilizadas” foram também avaliadas.

Alguns autores, como Charaudeau (1984, p.1), tem o termo propaganda mais expansivo que publicidade, o primeiro estaria relacionado à mensagem política, religiosa, comercial e institucional, enquanto o segundo, relativamente daria exclusividade a mensagens comerciais; outros estudiosos concluem exatamente o contrário. Enfim, apesar de muitas vezes se valerem de métodos díspares, igualam-se quanto ao universo explorado.Existem duas esferas distintas nesta que possui particularidades do mesmo universo: A Propaganda Política, Institucional, Religiosa, Ideológica está voltada para a esfera dos valores éticos e sociais, enquanto a publicidade comercial explora o clímax dos desejos. Para uns defensores da tradição, algo absolutamente fútil, um mero detalhe, para outros mais visionários e planejadores, um detalhe necessário ou se achar melhor, um fútil útil!

A publicidade transvertida de cores, movimentos, sons, aparenta ser menos pesada para ser “ingerida”, no entanto, não mais eficaz que a propaganda. Para o “seduzir” da mensagem, a publicidade não deixa transparecer suas reais intenções, sentimentos e ideais e, acaba se utilizando de vários recursos.

*A Ordem - Fazendo agir: - “Beba Coca-cola” (com pipoca no cinema)

*A Intimação - Fazendo crer: - “Xerox! O resto é cópia”

*A Sedução - Construindo o prazer: - “Se alguém lhe der um Sonho de valsa. Não é um sonho é uma prova de amor”.
Todos aqueles ícones da história citados à páginas passadas se utilizavam, da forma mais soberba dessas técnicas e, já faziam a distinção real do que é Encantar e Fazer Crer.Dando prosseguimento aos recursos variáveis, fazemos o levante em duas interessantes situações:

1ª SITUAÇÃO- Feche os olhos, imagine a seguinte situação. Um casal de namorados está no cinema, veja isto. Agora faça um passeio por todo corpo deles, começando pelos pés e depois vá à cabeça. Já? Faça de novo, mas pense nas coisas mais comuns relativas a CINEMA! Ok? Então; é difícil não visualizar numa das mãos do casal um copo de Coca-cola e na outra um “saco” de pipoca.

2ª SITUAÇÃO- Imagine agora uma casa, você é o visitante, entra na sala e escuta a TV ligada no canal de TV por assinatura que está passando uma partida de futebol e vê um “pezão” em cima da mesa de centro, logo depois vai mais adiante e escuta o barulho de água corrente na área de serviço e uma “pilha” de roupa ao lado. Já? De quem era aquele pé na sala? Quem você viu, um homem ou uma mulher? Quem estava lavando roupa? É justamente isso que a publicidade, a propaganda, em geral, a comunição mercadológica, constrói, aproxima a futilidade da razão sem precisar dizer que é uma mulher que tem que lavar a roupa com OMO e, o homem que tem gostar de assistir futebol nas Quartas feiras.

O papel da publicidade (vista neste, como sinônimo de propaganda), é tão importante na sociedade que pode ser considerada como a mola mestra das muitas alterações do comportamento humano nas diversas esferas sócio-culturais. Muito embora essa tese venha sendo severamente questionada, ela ainda tem sua profunda relevância.

FONTE
João Paulo Cavalléro de Freitas
Publicitário e Pesquisador da Comunicação Social como objeto de Estudo Científico
Escritor do Livro O ALMANAQUE DO PUBLICITÁRIO- Básico I
Crédito FOTO
Google Imagem
Filme "Separados pelo Casamento"

Um comentário:

  1. João Paulo,

    Bom dia!
    Tudo bem?
    Seu Blog é muito bom... pois me ajudou a tirar algumas dúvidas.
    Parabéns!
    Feliz 2012 de vento em popa.

    Augusto Reining
    11-7603-0452
    augustoreining@reining4.com.br
    reining4.com.br

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